quinta-feira, 8 de março de 2012

Tantra: o despertar da sexualidade sagrada


Cada vez mais gente procura o caminho tântrico para conciliar sua espiritualidade com a sua sexualidade, que na maioria das religiões do ocidente são vistas como coisas opostas e até antagônicas.
Tantra, no entanto, não tem a ver só com sexo mais prazeroso. Trata-se de uma prática transformadora, que alcança diversos aspectos da nossa existência, incluindo obviamente a sexualidade, já que ali está a matriz do que somos e do que podemos nos tornar.
A sexualidade sagrada está presente em diversas tradições espirituais da antiguidade, tanto do oriente como do ocidente. Reverenciar o sexo como algo divino significa primeiramente reconhecer que somos a imagem e semelhança de Deus, dotados de um poder criador, não apenas biológico, mas também psicológico e espiritual, que pode nos transformar. E esse poder reside justamente em nossa energia criadora (sexual).
Embora idênticos em finalidade a qualquer outro caminho espiritual, o tantra (e a alquimia taoísta, que também será estudada) conflitam com a visão clássica de espiritualidade e com o estilo de vida que nós temos no ocidente:

Percepção do divino

  • Nas tradições ocidentais (cristianismo, judaísmo, islamismo, etc.), existem as coisas divinas e as coisas mundanas, comuns.
  • Na tradição tântrica, não existe nada que não seja sagrado, nem nada que não possa ser utilizado como uma via para conexão com a divindade. Por isso o sexo é sagrado no tantrismo; ele é uma via para transcender a separação aparente entre o humano e o divino.

Percepção do corpo

  • No ocidente, o corpo e suas sensações são o maior empecilho para o despertar da consciência. Os instintos devem ser reprimidos, subjugados, para não cair em pecado. Essa visão permeia muitas culturas do oriente também.
  • No caminho tântrico, o corpo é a ferramenta para o despertar das energias espirituais que farão a conexão com nossa verdadeira natureza, encoberta por tantos racionalismos e medos.

O que precisa mudar

  • Nas religiões ocidentais, se acredita que viemos de um pecado que precisamos nos arrepender profundamente para então sermos perdoados por um Ser Superior a nós. Para sermos perdoados, temos que temer a Ele, sermos penitentes e não cairmos novamente no pecado.
  • Na tradição tântrica, Deus não está fora, nem tampouco está dentro. Nós somos a própria divindade, mas ignoramos esse fato por nossa visão relativa, nossa visão que separa e classifica todas as coisas. O que precisamos é purificar nossa percepção para enxergar isso. Removendo os venenos da mente, ela se manifesta em sua pureza original.

Percepção do sexo

  • No ocidente, o sexo é uma função puramente animal e serve principalmente para a procriação.
  • Na visão tântrica, o sexo é a fonte de energia mais primitiva e poderosa, que cria as condições para o despertar dessa visão não-dualista de nós mesmos e de todas as coisas.
Bastante diferente, não é mesmo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário